Dicas para uma boa pegação

Pegação do bem

Ter um comportamento homogêneo e desejável entre todos os frequentadores de banheirões e inferninhos parece ser mesmo coisa inalcançável  Alguns são discretos de mais e não dão nenhuma pista, embora outros extrapolam os limites do que entendemos como segredo ou discrição.

Tem cara que, mesmo quando o outro até evita ficar perto, sisma em perseguir, para insistir na cantada, achando que o bofe é tímido ou está na dúvida. É uma perda de tempo, sem falar na
chateação - um verdadeiro pé no saco. Parece que querem mesmo levar um fora e em alto e bom som, já que tem o desconfiômetro com defeito, e não percebem que o cara não está afim. Assim, o conselho é não ficar insistindo com quem não te deu bola. Na dúvida, faça o teste: aproxima-se, e se ele se afastar é porque não quer. Mas teste apenas uma vez, não vai ficar seguindo até levar um coió. Existe sim os indecisos e tímidos na vida, mas em se tratando de locais de pegação, na surdina, isso não acontece. Se estão lá dando sopa, é porque já se decidiram.

Outro comportamento bem recorrente são as 'bichas revoltadas' que dão em cima de você, mas se levam um fora, te xinga de 'bicha'. Não seja tão amargurada, se levar um não, parta pra outra, ou melhor, pra outro, né? Na pegação todo mundo é 'bicha', cada um de um jeito e todos com livre escolha, assim como você. 'A fila anda!'

Alguns viciados em pegação fazem verdadeiros plantões nos banheirões menos vigiados, só faltando cobrar ingresso de quem entra, achando que está no seu próprio banheiro de casa. Sim, quando entram concorrentes, o cara é capaz de começar a empatar as fodas, cantando alto, falando das pessoas, só pra galera sair vazada, controlando o público do local ao seu modo. Isso pode ocorrer em banheiros públicos, cabines de vídeo pornô e até em cinemas. Este comportamento, de ficar plantado no lugar, as vezes despistando lavando as mãos na pia, falando no celular, escovando os dentes... compromete a qualidade da pegação nos banheiros, tornando-os visados e, consequentemente, mais vigiados, acabando com a festa de todo mundo. Até entendo que esses banheiros possuem uma alta rotatividade de homens entrando e saindo, mas acho melhor entrar várias vezes do que ficar lá dentro o tempo todo. É mais discreto e menos prejudicial à pegação feita escondida.

Por fim, ainda nos banheiros públicos, tem gente que faz a festa e queima o filme para quem também iria fazer depois. Tem cara que goza no mictório, no chão ou na parede, e depois reclama que o local era bom, mas agora tá muito vigiado. Culpa de quem? Para não deixar rastros da pegação para a administração dos banheiros, não desperdice papel higiênico para fechar buracos ou frestas; limpe a sujeira, caso tenha espirrado porra na parede ou pingado no chão; e não deixe marcas de sapato ou tênis na privada, mostrando que você subiu lá para espiar a cabine do lado. Só jogue camisinha na privada se a descarga estiver funcionando, ou enrole no papel higiênico para jogar na lixeira e não chamar atenção.

Aliás, este negócio de ficar vendo... Sabemos que todos nós somos vouyeurs (ter tesão em ver outros transando), mas não é todo mundo que gosta de ser visto (exibicionista). Portanto, se a dupla ou grupo fez sinal de que não quer mais participantes e nem voyeur na área, não insista ou será o empata foda.

E já que estou nesse tom professoral, não custa nada recomendar uma última coisinha: higiene. Se gosta que enfiam o dedo no seu cuzinho, vá com ele limpinho pra pegação. O velho e bom 'lavou, tá limpo' não pode ser esquecido, nem sair de moda. E se gosta de tirar mais de uma, dá uma lavadinha no pau na pia, ou depois não reclame da queda de popularidade.

No mais, lembre-se de que muitos vão querer o mesmo que você, e que muitos dos seus interesses não serão correspondidos. Nada será pessoal pois ninguém te conhece, é tudo superficial e apenas físico - não leve a mal os 'passa fora' que ganhar e vá preparada para o sim e para o não. E procurar o príncipe encantado em inferninhos e banheirões é coisa de bicha muito corajosa, pra não falar 'total sem noção'.