"Certos Rapazes" Nova temporada


Teatro

Depois de assistir e me emocionar com o espetáculo "Certos Rapazes - O nosso amor a gente inventa", de Júnior de Sousa Luís Villefort, direção Maurício Canguçu (44ª Campanha de Popularização do Teatro em Belo Horizonte), não poderia deixar de indicar a todos, quem viu e quem ainda não viu a se divertir e se emocionar com a peça escolhida, por voto popular, como O Melhor Espetáculo GLS de 2017, com nova temporada agora no Teatro de Câmara Cine Theatro Brasil Vallourec.

O espetáculo propõe uma reflexão sobre a busca da felicidade em ser gay (orgulho gay) e da questão de se entregar num relacionamento “de cabeça”. O autor Júnior de Sousa explica que a homossexualidade é abordada de forma sensível e sem estereótipos, de maneira leve e divertida, mas tocando em pontos importantes a partir da convivência dos dois personagens principais Guilherme (Gui) e Paulo Henrique (PH), interpretados pelos belos atores Hugo Caramello Rafael Braga.




Sinopse

"Certos Rapazes" conta uma divertida e emocionante história de dois jovens que se conhecem através de um aplicativo de pegação e vão morar juntos. Gui é bem resolvido. PH é bem introspectivo.

Das diferenças surge uma grande afinidade e a história se desenrola de maneira bastante dinâmica lidando com o tema da homoafetividade de maneira natural e bastante singela.


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Ao som do poeta Cazuza, no título, a peça mostra como manter uma relação homoafetiva em meio a tantas dúvidas, interferências da família, questionamentos da sociedade e inseguranças.

Partindo de tantas inquietações, a peça toca no tabu que ainda angustia boa parte da sociedade: como é ser gay e levar isso de forma natural, em pleno século 21.

Com sensualidade (o figurino vai de bermuda e camiseta, sem camisa, só de cueca e até nu!), bom-humor e de texto leve e instigante, a peça se torna obrigatória para quem acredita no amor além do sexo! Né, Rapazes?!

Confira os vídeos:
Certos Rapazes - Recado do ator Leonardo Miggiorin

RECADINHO CERTOS RAPAZES!


Em cartaz na 44ª Campanha de Popularização do Teatro de BH

De 1º de fevereiro a 4 de março de 2018

Teatro de Câmara Cine Theatro Brasil - Praça Sete - Quinta a sábado, 21h. Domingo 19h

Um comentário:

Marcel disse...

Passando com um amigo pela Praça Raul Soares em Belo Horizonte notei hoje, em um bloco de 'ressaca' (pretexto, aí no proximo final de semana fazem um pre carnaval 2019...), de forma 'condensada', o que eu ja venho percebendo de forma difusa. Como um certo tipo de homossexual, nos anos 1980 no 'gueto', se centralizou e oprime outras categorias, inclusive heterossexuais:

quase não vi lésbicas
quase não vi negros (muitos pardos, como a maior parte da população brasileira, mas 'negro preto', pouquíssimos)
quase não vi pessoas aparentando mais de 35 anos;
quase não vi mulheres (hetero, bi ou lésbicas);
quase não vi afeminados;
quase não vi travestis (aberração, carnaval no Brasil sem travestis!)
quase não vi casais heterossexuais;
quase não vi famílias, crianças, cachorros;
quase não vi homens da cara pelada, só barbudos (só um deles admitiu estar seguindo moda e que 'é um saco fazer a manutenção', aí eu perguntei: e o que te obriga a usar? Ele respondeu, se eu não usar não pego ninguém, ou seja, ''o-pressão" erótica do grupo);
quase não vi homens com compleição física normal, a maioria parou no biotipo divulgado pela Madonna (que nem ela segue mais...) em The Girlie Show, bombado/atarracado;
quase não vi gordos nem ursos;
quase não vi pobres;
Enfim, o que vi poderia ser chamado de O Bloco de Narciso, e não me admira que muitos ali vão votar em Bolsonaro. Não, não é contraditório, eles excluem exatamente como são excluídos fora dos 360 dias do ano. "Same script, different cast", como cantava Whitney Houston: mesmo roteiro, diferentes atores. A dominação/exclusão permanece.